Começo a escrever a história do stalker de Marina. Incrivelmente ele não tem nome.
Tudo começou quando ela passou pela janela aberta de sua casa e sorriu de algo que se lembrou. Foi o bastante para que ele achasse, em sua mente doente, que teria sido endereçado a ele.
Começou o "ofÃcio" de stalker, pelo qual não recebe nada. Marina era vigiada quando saÃa de casa e quando não. Sabia que roupas a moça usava, com quem namorava, sobre seus colegas e amigos. Sabia onde trabalhava, o que fazia lá e há quanto tempo estava lá.
Espionava o quarto de Marina para saber o que estava fazendo lá. Os seus e-mails eram lidos, porque ele sempre burlava suas senhas.
Sabia quanto ela recebia, o que ela comprava e o quanto gastava em cada compra. Mensagens estranhas de pessoas estranhas chegavam e perfis fakes nas redes sociais a espionar.
Porém, um dia, algo decisivo aconteceu: Marina tentou comprar um remédio que precisava, mas o stalker, com toda a sua competência, impediu que chegasse às suas mãos, mesmo que não fosse ele a precisar nem a pagar. Marina era diabética. A sua insulina, que poderia salvá-la, caso não se sentisse bem, não chegou.
Porém, por que o stalker se importaria com a vida de Marina, se ele mesmo não tem vida? Que vida ele tem, se não faz nada na vida? Que vida tem, se não vive a própria vida?
E ele, que nem nome tem, faz coisas inomináveis em sua mesa de controle, de onde acha que controla alguém, mas não controla a si mesmo.
Que o stalker sem nome não se preocupe, dentro da consciência que não tem, que Marina está bem, pois recebeu a insulina de outra pessoa.