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    VIRTUALIDADES

    Colagem digital "Acord@r"
                              
       




    Dorme!
    Recorde as doces lembranças, 
    sonhe possíveis finais para a história. 
    Não acorde!

    Dorme!
    E se entregue ao serenar do descanso. 
    Sonhe, sonhe...
    Recorde aquilo que te faz bem.
    Não acorde!

    E daí se você bater o recorde 
    em dormir? 
    Dorme!
    Daquilo que te faz sonhar, 
    recorde-se.

    Diante do que te faz chorar, acorde.
    Bata o recorde em acordar
    que só há uma saída:
    viver ou viver!

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    "Alegria do sol" (foto)



    Preciso de hora para acordar,
    e de hora pra dormir.
    Preciso te ver chegar.
    Preciso ver você partir.

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    @Freud (fotografia digital)



    Terapia virtual

    Um dos milhares de casos decorrentes da nossa tão sonhada evolução. Paulo ou Paulinho  ̶  como era mais conhecido  ̶   era um garotinho de 7 anos, filho de um psicólogo e uma professora renomados. Como o renome exige tempo, tempo era justamente o que não tinham para Paulinho.
    - Pai, me ensina a jogar futebol?
    - Ôh, meu filho... papai tá atrasado para chegar ao consultório, hoje não dá, tá? Mas vou deixar o meu tablet para você brincar, ok? Tchau, campeão!
    - Tá bom...  ̶  respondeu com voz triste.




    Ouviu, então, a voz de sua mãe em casa. “Ah, ela vai brincar comigo! Estamos de férias, né?” pensou e se apressou para o seu lado:
    - Mamãe, brinca comigo?
    A mãe o pegou carinhosamente e o sentou sobre seu colo. Olhando dentro daqueles olhinhos ansiosos, disse:
    - Meu amor, hoje tenho algumas aulas e ficarei fora o dia todo, tá bom?
    - Mas você não estava de férias, como eu?
    - Uma professora que se preze nunca tira férias, filho! Você vai ficar com a babá, só que, para te compensar, farei o seguinte: deixarei o meu smartphone com você, ok? Pode brincar com ele à vontade! Tchau, meu anjo!
    Paulinho ficou confuso, sentiu um vazio no peito que escorreu pelos olhos em forma de lágrimas. Subiu para o seu quarto e ficou quietinho por lá.



    Enquanto isso, no consultório, o seu pai atendia, esfuziante, o terceiro paciente do dia:
    - Bom dia, meu campeão! Como vai?
    - Oi, tio! Mais ou menos...
    - Nossa, então vamos passar muito tempo juntos!
    O pai de Paulinho era psicólogo infantil, devotado à profissão. Era totalmente encantado pelo universo infantil e atendia muitas crianças por dia.


    Quando tocou a campainha da casa, Rafinha recebeu a professora com um enorme sorriso:
    - Oi, tia! Que bom que chegou, estou doida para aprender mais hoje.
    - Que bom querida! Passaremos muito tempo juntas! Venha cá me dar um abraço!
    A mãe de Paulinho dava aulas particulares de Arte para crianças, nas férias. Não suportava ficar parada e longe das crianças. Estudava, com muito afinco, tudo sobre elas e dominava a arte de educá-las.
    A babá tocou levemente na porta do quarto e chamou o menino para almoçar. Ele acordou, desceu esfregando os olhos, como se estivesse acordando de um sonho ruim.




    - O que você tem, meu pequeno?
    - Os meus pais não têm tempo pra mim. Tô ficando triste! Como curo essa tristeza?
    - A minha outra patroa estava bem assim, igualzinha a você... mandaram ela fazer terapia.
    - O que é terapia?
    - Ah, acho que é quando você paga alguém para te escutar... parece que é ... Então, como ela era muito ligada nessas coisas de internet, pegou o computador e marcou uma terapia virtual. Foi tão bom que logo o resto da família também começou a fazer. Eles começaram a se tratar bem, conversar e passar mais tempo uns com os outros.
    - É disso que eu preciso! Obrigado!  ̶   deu um beijo estalado na babá e subiu correndo para o quarto.



    Pegou o tablet do pai e falou: terapia virtual. O comando de voz logo abriu várias páginas com sites que ofereciam terapia virtual. Um nome lhe chamou a atenção: doutora Lúcia.
    Doutora Lúcia oferecia terapia individual e familiar, em pacotes que variavam de acordo com o número de sessões e sua duração. A primeira sessão era gratuita, para conquistar os pacientes. O site era autoexplicativo e, para ser atendido, bastava preencher um formulário com nome do paciente, tipo de terapia e telefone. A secretária, então, ligava para agendar o melhor dia e horário.
    - Vamos lá! Nome: Paulo Nogueira; tipo de terapia: familiar; telefone: 99090-9090. Isso! “Operação concluída com sucesso! Em breve retornaremos o contato.”
    Em menos de 5 minutos a secretária ligou para o garotinho e ele atendeu, no seu próprio celular:
    - Boa tarde! Quem fala é a secretária da doutora Lúcia. Posso falar com o senhor Paulo Nogueira?
    - Sim, é ele  ̶  disse, engrossando o tom da voz.
    - Tenho horário para uma sessão familiar amanhã, às 19 horas. Posso deixá-la agendada?
    - Huhum... sim, pode deixar. A primeira é de grátis, né?
    - Isso, senhor. Ok, está agendada a sessão. Certifique-se que a sua conexão com a internet esteja boa, certo?
    - Ok.
    - Obrigada pelo contato, senhor Paulo. Tenha uma boa tarde.
    O garoto pegou o smartphone da mãe e o tablet do pai. Na agenda marcou: “evento importante, casa, amanhã, 19 horas”.



    Desceu para a sala de TV e assistiu os seus desenhos favoritos, enquanto os pais não chegavam. Acabou pegando no sono e só acordou com o barulho da porta se abrindo:
    - Oi, campeão! Tudo bem? Papai vai subir para tomar banho e já desço para jantarmos, tá? Devolve o tablet para eu ver os meus recados, filho?
    - Sim, papai. Aqui está.
    - Hum... evento importante, casa, amanhã às 19 horas. Estranho, não me lembro do que se trata, mas, se está aqui. Deve ser uma recepção ou coisa do tipo. Estarei aqui.


    O menino deu aquele sorriso com o canto da boca, para ninguém perceber, e pensou: ”Yes, deu certo”!
    Em seguida entre sua mãe:
    - Oi, anjo! Como foi o dia? Estou exausta, como sempre... Vou até o escritório deixar as minhas coisas e já volto para o jantar, ok? Dá o celular pra mamãe ver os compromissos de amanhã?
    - Sim, mamãe. Está aqui.
    - Vejamos... evento importante, casa, amanhã às 19 horas. Engraçado, não me recordava disso. O que será que é? Ah, deixa para lá, amanhã estarei aqui.


    Mais um sorriso de alegria. O plano tinha dado certo!
    A família fazia questão do jantar à mesa, todos os dias. Era o único momento em que estavam juntos. Cada um com seu prato e o seu celular, claro. Nem se deram ao trabalho de comentar a respeito do evento importante de amanhã. Sabiam que suas empregadas cuidariam de tudo, bastaria a sua presença.
    No grande dia, Paulino acordou mais tarde. Queria aproveitar mais aquela sensação boa do sonho lindo que teve. Os seus pais já tinham saído. Ele desceu, já para o almoço, e deu um abraço-surpresa na babá:
    - Bom dia! Obrigado!
    - Oi, meu menino! Que alegria toda é essa, posso saber?
    - Nós vamos fazer terapia hoje: eu, mamãe e papai.
    - É mesmo! Que coisa boa! Onde?
    - Sabe aquela terapia virtual que você me falou? Pois é, vamos fazer terapia pela internet! Já planejei tudinho!
    A babá ficou apreensiva, afinal, como seria aquilo? Os pais deles mal ficavam em casa.
    - Olha, meu bem, não leve essa história muito a sério. Você é muito pequeno para se preocupar com essas coisas...
    - Não, não tô  preocupado. Vai dar certo!
    Foi para o quarto, buscou o notebook e deixou tudo preparado na sala. Verificou a conexão e já deixou a página aberta no site. O tempo, pela primeira vez, demorou a passar... Paulinho subiu, tomou um banho demorado e ficou prontinho.
    - Já são 19 horas! Eles devem estar aí!
    Os seus pais chegaram pontualmente.
    - Oi, amor! Ué, engraçado, está tudo quieto... e o evento importante?
    - Pois é, não estou entendendo.
    - Olha, vocês chegaram mesmo!  ̶ disse o garotinho. O evento importante é a nossa terapia!
    - Terapia???




    - Sim. Marquei uma sessão de terapia virtual, para nós três. A doutora Lúcia vai atender a gente e ajudar a passar mais tempo uns com os outros, conversar mais... já vai começar, o computador tá conectado. Senta aí, gente!
    Os pais o olharam, ternamente, com lágrimas a escorrer pelos cantos dos olhos. Como não tinham percebido tudo aquilo antes? A imagem de doutora Lúcia apareceu na tela. 
    Ela cumprimentou a todos. Nesse momento, a energia elétrica foi interrompida. Um carro bateu no poste onde estava o gerador. Levaria horas para consertar o estrago. Paulinho começou a chorar, pois o plano deu errado.



    - Não filho, não chore. Sabemos de algo muito interessante para fazer. Passaremos muito tempo juntos...
    Os pais acenderam a lareira e trouxeram castiçais e pedacinhos de queijo. Brincaram de fazer sombras em forma de animais na parede, enquanto derretiam o queijo no fogo, a noite toda. Conversaram sobre o trabalho, as crianças que atendiam e como planejavam mudar a sua rotina para ficarem mais tempo juntos. Ouviram as histórias do filho, os seus planos, muito do seu universo. Paulinho esfregou bem os olhos:
    - Nossa, parece que estou sonhando! Que sonho bom!
    A sessão não aconteceu, porém, de um jeito ou de outro, doutora Lúcia acabou dando um empurrãozinho...







    Ilustrações de Paulinho e seus pais foram criadas a partir do aplicativo Bitmoji.








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    Métric@s (arte digital)



    Carregando...
    Cansaço, tensão, desafeto.

    Processando...
    Informação, discussões, ansiedade.

    A sua conexão caiu. Tente novamente...

    Carregando...
    Disposição, paz, afeto.

    Processando...
    Sentimentos, concórdia, esperança.

    A sua conexão caiu. Acesse a Central de Ajuda.

    Aguarde um momento...

    A sua conexão foi restaurada com sucesso! 
    Use-a para o bem ou para o mal...
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    "Olhos d'água" (acrílica sobre papel cartão)






    O mundo carece de afeto. Muitas vezes, o maior cuidado é aquele que damos a nós mesmos. Por isso, é preciso afetuar-se...


    Afetuando-se 

    Quando o vento nos embala,
    nos sonhos noturnos,
    nos suspiros profundos,
    é melhor deixar fluir a fala.

    Dizem que “quem cala consente”.
    Mas isso é uma falácia,
    pois há maior eficácia
    em desafogar a mente.

    O silêncio só é importante,
    quando é para ouvir o outro.
    Aí há um encontro:
    coração e mente, guardados numa estante.

    Depois vem o alívio,
    quando todos se entendem,
    e não mentem;
    calmaria e, para os olhos, colírio.



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    Óleo sobre tela "Realidade Visual"

     



    Descobri que era portadora de uma doença crônica na córnea, chamada Ceratocone, aos 21 anos. Hoje tenho 36 e ela já se encontra estabilizada. Isso depois de muitas tentativas frustradas de adaptação a lentes de contato, colírios, exames, óculos, além da própria falta de informação.

    Quando o diagnóstico foi feito, os tratamentos eram pouco avançados. Eu alternava a escola com minhas aulas de pintura. A Arte era um refrigério para mim: me empolgava, aprendendo a pintar, dentro e fora do atelier. Notei, em uma das vezes que guardava as minhas tintas e pincéis, que a visão estava embaçada, um pouco desfocada. Decidi ir ao oftalmologista, pensando que fosse apenas algo simples. Foi então que o médico me disse: “Você tem Ceratocone.”

    Nunca tinha ouvido falar sobre isso. O médico me explicou que se tratava de uma alteração na córnea, crônica, que só poderia ser corrigida de duas formas: um transplante ou lentes de contato rígidas. O acompanhamento médico deveria ser feito por toda a vida, mesmo com o transplante. 

    Disse-me que as causas para o seu desenvolvimento eram desconhecidas, associadas ao código genético. Também mencionou que eu poderia ficar cega, se não me tratasse e que, se a doença tivesse sido detectada em minha infância, certamente eu já estaria cega.

    Tentei absorver tudo, em vão. Tudo do que me lembrava e ecoava em minha mente era a palavra “cegueira”, e que estava associada a dois momentos de minha vida: a infância e a juventude.

    Foi durante a infância que descobri minha habilidade para o desenho, de forma espontânea e autodidata. Comecei a reproduzir o personagem Anjinho, dos quadrinhos da Turma da Mônica. Desde então, não parei mais de desenhar. Ao colorir, usava lápis preto ou de cor. Na juventude, aprendi que os meus desenhos poderiam sair do papel e estampar telas, cobertas com pinceladas das mais variadas nuances. Todas as formas de me libertar estavam presas ao temor dela, da “cegueira”. E isso me cegava a alma...

    Hoje o tratamento já evoluiu, e sei que, no meu caso, o tratamento evita que tudo o que eu temia aconteça. Eu continuei a desenhar, pintar. Em 2016, decidi retratar tudo isso através da tela “Abrir de olhos”.

    Trata-se da representação simbólica de um aparelho para medir acuidade visual, utilizado no Brasil. Quando se submete ao exame, o paciente é posicionado diante de duas lentes, e vê imagens de uma paisagem (uma casinha); o médico, então, pede que “abra bem os olhos”, enquanto a máquina registra o resultado. No caso desta pintura, a primeira lente retrata um tema feliz e acolhedor, em tons quentes, simbolizando o estado emocional antes do paciente receber o diagnóstico de doença visual; a segunda, simboliza uma cena triste e sombria, em tons frios, relacionada ao estado emocional após o diagnóstico. O paciente não só “abre os olhos” para o diagnóstico da doença, como pode “abrir os olhos” de outras pessoas para o cuidado com a própria saúde visual. 

    Tenho mais informações sobre minha doença, formas de tratamento e cuidados que eu devo ter em relação à saúde dos meus olhos. E, embora não possa abri-los e dizer a mim mesma que tudo foi só um pesadelo, posso me abrir e dizer que olho o meu pesadelo de uma forma diferente. Uma forma libertadora!



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    Sobre mim

    Tiara C. França é goianeira (metade goiana, metade mineira), criada em Goiânia e Formiga.

    Descobriu o gosto pelas Artes Visuais desde os 6 anos de idade, quando se pegou reproduzindo personagens de HQ's, de maneira autodidata e espontânea. Cursou pintura a óleo no Atelier Arte Pura. Especializou-se em Ensino de Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

    Começou a escrever textos literários ainda na escola. Formou-se em Letras pelo Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG). Já teve contos publicados em outros sites e em coletâneas do Clube Literário Marconi Montoli.

    O blog foi criado no início da pandemia, em abril de 2020. É uma tentativa de tornar a fase da pandemia do COVID-19 um pouco mais leve, reflexiva e divertida para as pessoas. E perdura até hoje!

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